segunda-feira, 12 de maio de 2008

Ainda a Matrioska

As matrioskas são uma metáfora interessante do que neste momento se passa comigo.

Imagino que não seja estranho à metáfora que vejo que as mesmas tenham surgido na antiga URSS.

capas sobre capas sobre capas. Vemo-nos todos os dias na circunstância de arranjar ferramentas de sobrevivência que encobrem os nossos então pequenos defeitos.
No entanto, e daí a maior ironia das matrioskas, conforme vamos estando mais frágeis, aos olhos dos outros vamos parecendo cada vez maiores.
Mas a mais pequena matrioska está lá dentro, escondida, a verdadeira, a primeira, a que teve necessidade de se proteger.

A exterior é obesa, fortalhaça, sorridente, lustrosa.

A mais pequena de todas por vezes é tão pequena que nem pintura tem.

É só um pequeno naco de madeira com cintura que ficou lá dentro.

Um comentário:

Albemarle Station disse...

Bonito texto e verdadeiro! Também na Terra se passa o mesmo, o núcleo, insivel que está lá bem no meio, pequenino é o pêndulo de tudo! Imitamos a Natureza, somos todos o mesmo!